Mais uma vez estamos às vésperas de uma eleição no Brasil.
Dessa vez os cargos a serem ocupados são de vereador e prefeito nas mais
variadas cidades brasileiras. Ironicamente (e drasticamente) o motivo que me
levou a escrever sobre as eleições esse ano, é o mesmo pelo qual escrevi em
2010. Naquela ocasião para muitos eleitores a disputa eleitoral para a
presidência da república foi marcada por um grande desgosto e pela tarefa nada
agradável de ter que escolher entre o candidato que achasse menos pior. Havia um
desgaste com a imagem do PSDB e uma desconfiança gigantesca com a candidata do
PT, que hoje é a nossa presidenta. Por esses motivos, milhares de brasileiros
se sentiram frustrados em não ter um candidato que de fato os representasse,
mas precisarem votar na tentativa de impedir a vitória daquele que
representasse uma possível ameaça ao país. Dois anos se passaram, não é mais a
presidência que está em jogo, e os discursos de frustração se repetem na nossa
querida Salvador. Não são poucos os que não acreditam e não simpatizam com
nenhum dos candidatos a prefeitura, mas sentem-se na obrigação de salvar a
cidade daquele que considerem uma ameaça. Nesse caso, os votos claramente não
serão dados considerando melhores propostas e maior experiência administrativa
da máquina pública. Assim, a esperança não será depositada naquele que mais
pode fazer, e sim, naquele que tiver menor poder destrutivo. Entenda-se poder
destrutivo como a interpretação de alguns eleitores, de que determinados
candidatos carregam em si as marcas determinantes da ambição ao poder, e do
vício político. Consequentemente, essa ambição os levará a manifestação da
corrupção interior que eles já carregam dentro de si, e então conheceremos a
corrupção externa que se materializará em atos corruptos. Eu entendo os
eleitores que fazem essa explícita confissão de desesperança, e concordo com
eles no que diz respeito a não nos sentirmos representados nas ultimas
eleições. A própria disputa entre os candidatos revela que alguns deles estão
mais preocupados em manchar a imagem do seu principal oponente, do que em
debater ideias. Basta a constatação de que os nossos processos eleitorais
beiram o ridículo, e por incrível que pareça, a cara das nossas eleições é a
cara da nossa sociedade. Não sonho com uma sociedade perfeita, mas sonho com
uma sociedade que se renove de forma integral, e da sua renovação, promova
transformações nas mais diversas instancias, inclusive na política. Carecemos
de bases bem alicerçadas, e para sonharmos com transformações políticas
significativas, precisaremos antes investir no ser humano que compõe essa
sociedade. Grande parte desse trabalho começa com a estruturação da família,
que reestruturada poderá ser agente de transformação a partir dos seus, e
expandindo-se no seu raio de alcance influencie pessoas a mudaram o mundo.
Talvez seja impossível uma pessoa mudar o mundo, mas não é impossível uma
pessoa mudar o mundo ao seu redor. Sonhar é preciso, mas as grandes conquistas
estão reservadas para aqueles que podem dar as suas vidas por aquilo que
acreditam. É por isso que o meu grande herói se chama: JESUS!
Heber Souza